sábado, 2 de fevereiro de 2013

Hey, coração!

De repente, tudo está de pernas pro ar. O sim vira não; o quente vira frio. Nada tem nexo e a brisa para de soprar delicadas palavras aos meus ouvidos. Por quê?
O coração acelera e, vazio, busca palavras que o levem até o lugar onde precisa estar. Mas não as encontra. E, mudo, permanece perdido. Perdido em um lugar onde não existe brisa, chuva ou sol. Onde não existe frio ou calor. Onde não existe alegria ou tristeza. Um lugar que não existe... onde tudo deixa de existir.
Pobre coração! Perdeste as palavras e com isso, o caminho para casa. Permanece com esse peso no peito, essa angústia de querer sair do lugar. E mesmo que encontrasse as palavras que o poderiam transportar; como encontrarias também a força necessária para tirar-te do buraco onde encontra-se enfiado?


Parece que conseguiste um dilema. Aconselho-te que descanse um pouco, mesmo neste lugar onde tu estás. Pela manhã, larga todas essas coisas que te fazem mal. Essas coisas que acha que são tuas, que pensa fazerem parte da sua vida, deixa-as para trás. Porque apenas lembra-se de quem és quando encontra-se caído e enterrado em seus próprios costumes.
Olha para cima deste buraco, aí está o que tu precisas. Não as perdeste, mas as deixas-te de lado até achares que não eram mais suas; até esquecer-te do motivo pelo qual necessitas delas. Hey, coração! Tu entrastes sozinho nesta cilada. Mas se pensares um pouco mais sobre o assunto, verás que essas coisas acontecem para que te lembres de quem tu és. Quando tudo isto passar, então seremos nós dois novamente; um pelo outro, sem pressão, sem fingimentos, sem retensão, como era antes.

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