O coração acelera e, vazio, busca palavras que o levem até o lugar onde precisa estar. Mas não as encontra. E, mudo, permanece perdido. Perdido em um lugar onde não existe brisa, chuva ou sol. Onde não existe frio ou calor. Onde não existe alegria ou tristeza. Um lugar que não existe... onde tudo deixa de existir.
Pobre coração! Perdeste as palavras e com isso, o caminho para casa. Permanece com esse peso no peito, essa angústia de querer sair do lugar. E mesmo que encontrasse as palavras que o poderiam transportar; como encontrarias também a força necessária para tirar-te do buraco onde encontra-se enfiado?
Olha para cima deste buraco, aí está o que tu precisas. Não as perdeste, mas as deixas-te de lado até achares que não eram mais suas; até esquecer-te do motivo pelo qual necessitas delas. Hey, coração! Tu entrastes sozinho nesta cilada. Mas se pensares um pouco mais sobre o assunto, verás que essas coisas acontecem para que te lembres de quem tu és. Quando tudo isto passar, então seremos nós dois novamente; um pelo outro, sem pressão, sem fingimentos, sem retensão, como era antes.
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